Comissão de Direitos Humanos e Minorias manifesta apoio ao Quilombo Campo Grande

 Comissão de Direitos Humanos e Minorias manifesta apoio ao Quilombo Campo Grande

Após receber a denúncia de despejo contra Sem Terra do acampamento Quilombo Campo Grande, situado na Fazenda Ariadnópolis, no município de Campo do Meio (MG), agendado para o dia 12 de agosto, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), por meio do seu presidente o Deputado Helder Salomão (PT-ES), encaminhou um ofício ao Governador Zema, o Comandante-Geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Coronel Rodrigo Sousa Rodrigues e para o Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet, solicitando que estes zelem pelos direitos fundamentais dessas famílias.

O documento ressalta o papel que o local tem cumprindo no último período em manter a função social da terra produzindo alimentos saudável que abastece a região. “Consoante averiguado em diligência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias em 2018, são 453 famílias no local, há mais de 20 anos. O acampamento tem 40 hectares de hortas, 60 mil árvores nativas e 60 mil árvores frutíferas, além da produção de oito toneladas de mel. A área ocupada pelo Quilombo é de cerca de quatro mil hectares. Novecentos são área de preservação. O restante, 3.100 hectares, tem 95% da terra transformada em área produtiva.”

Na manhã desta quinta-feira (30), famílias acampadas foram surpreendidas pela a Polícia Civil que invadiu a casa de Celso Augusto, acampado no Quilombo Campo Grande há anos, levando-o preso. Conhecido como “Celsão”, o companheiro tem necessidades especiais em decorrência de um acidente e necessita de remédios controlados. Em seguida a polícia também invadiu a casa do Sr. Joãozinho. Ambas famílias moram fora dos limites da sede, que teve o despejo marcado para o próximo dia 12 de agosto.

A mesa de diálogo sobre conflitos de terra se reuniu na última semana e apontou que as famílias deveriam permanecer no local, pelo menos durante o isolamento social. Porém, desde a sexta-feira (17), que as famílias têm sofrido com a ameaça de despejo, pois mesmo com decreto de calamidade pública em Minas Gerais, o juiz determinou cumprimento imediato de despejo da escola e da vila de moradores do acampamento.

No ofício, a CDHM lembra que soluções garantidoras de direitos humanos e medidas preventivas em situações de conflitos fundiários coletivos rurais e urbanos nesse período de pandemia geralmente conduzem as famílias a situações de maior precariedade e exposição ao vírus violando assim princípios humanitários. Além disso, essas decisões devem considerar a função social da posse, relacionada com as políticas públicas determinadas pelos órgãos competentes e fundamentadas nas políticas constitucionais de habitação e de reforma agrária e política agrícola.

“O Conselho Nacional dos Direitos Humanos expediu a Resolução nº 102, de 17/10/18, que dispõe, com base em diversos tratados internacionais, soluções garantidoras de direitos humanos e medidas preventivas em situações de conflitos fundiários coletivos rurais e urbanos. Tal resolução, mais precisamente nos artigos 14 e seguintes, dispõe que remoções e despejos devem ocorrer apenas em circunstâncias excepcionais, com a devida elaboração de um plano prévio de remoção e reassentamento, para que não resultem em pessoas ou populações sem teto, sem-terra e sem território, que não afetem as atividades escolares de crianças e adolescentes, e que não prejudiquem colheitas vindouras, devendo-se assegurar tempo razoável para o levantamento das benfeitorias.”

Por fim, o presidente da CDHM finaliza afirmando que diante da manifestação dessas preocupações, considerando as atribuições que tem a Comissão, que é a de monitorar denúncias de ameaça ou violação de direitos humanos, é esperado que o Governo Zema e demais órgãos competentes tomem medidas para se evitar tamanho desrespeito aos direitos fundamentais dessas famílias.


1- Editado por Fernanda Alcântara. Da Página do MST.


La Comisión de Derechos Humanos y Minorías expresa su apoyo a Quilombo Campo Grande

Sector de comunicaciones de MST MG1

Después de recibir la denuncia de desalojo contra Sem Terra del campamento Quilombo Campo Grande, situado en la Granja Ariadnópolis, en el municipio de Campo do Meio (MG), prevista para el 12 de agosto, la Comisión de Derechos Humanos y Minorías (CDHM), a través de su presidente el diputado Helder Salomão (PT-ES), envió una carta al Gobernador Zema, al Comandante General de la Policía Militar de Minas Gerais, Coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, y al Procurador General de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet, pidiendo que velen por los derechos fundamentales de estas familias.

El documento destaca el papel que el lugar ha desempeñado en el último período en el mantenimiento de la función social de la tierra mediante la producción de alimentos sanos que abastece a la región. “Según la Comisión de Derechos Humanos y Minorías en 2018, hay 453 familias en la zona desde hace más de 20 años. El campamento tiene 40 hectáreas de huertas, 60.000 árboles nativos y 60.000 árboles frutales, además de la producción de ocho toneladas de miel. La superficie ocupada por el Quilombo es de unas cuatro mil hectáreas. Novecientos son áreas de preservación. El resto, 3.100 hectáreas, tiene el 95% de la tierra transformada en área productiva”.

En la mañana del jueves 30 de julio, las familias acampadas fueron sorprendidas por la Policía Civil que invadió la casa de Celso Augusto, acampada en el Quilombo Campo Grande desde hace años, llevándolo a la cárcel. Conocido como “Celsão”, el acompañante tiene necesidades especiales debido a un accidente y necesita medicación controlada. La policía también irrumpió en la casa del Sr. Joãozinho. Ambas familias viven fuera de los límites del cuartel general, cuyo desalojo estaba previsto para el próximo 12 de agosto.

La mesa de diálogo sobre conflictos de tierras se reunió la semana pasada y señaló que las familias deberían permanecer allí, al menos durante el aislamiento social. Sin embargo, desde el viernes 17, las familias han sufrido con la amenaza de desalojo, porque incluso con un decreto de calamidad pública en Minas Gerais, el juez ordenó la ejecución inmediata del desalojo de la escuela y la aldea de los residentes del campamento.

En la carta, el CDHM recuerda que las soluciones que garantizan los derechos humanos y las medidas preventivas en situaciones de conflictos colectivos de tierras rurales y urbanas en este período de pandemia suelen llevar a las familias a situaciones de mayor precariedad y exposición al virus, violando así los principios humanitarios. Además, estas decisiones deben tener en cuenta la función social de la posesión, relacionada con las políticas públicas determinadas por los órganos competentes y basadas en las políticas constitucionales sobre la vivienda y la reforma agraria y la política agrícola.

“El Consejo Nacional de Derechos Humanos emitió la Resolución Nº 102 de 17/10/18, que prevé, sobre la base de diversos tratados internacionales, soluciones que garantizan los derechos humanos y medidas preventivas en situaciones de conflictos colectivos de tierras rurales y urbanas. Esta resolución, más precisamente en los artículos 14 y siguientes, dispone que los traslados y desalojos sólo deben producirse en circunstancias excepcionales, con la debida elaboración de un plan previo de traslado y reasentamiento, de modo que no den lugar a personas o poblaciones sin hogar, sin tierra o sin suelo, que no afecten a las actividades escolares de los niños y adolescentes y que no perjudiquen las futuras cosechas, y que se debe conceder un plazo razonable para el estudio de las mejoras”.

Por último, el presidente del MDL concluye afirmando que, habida cuenta de la manifestación de estas preocupaciones, considerando las atribuciones de la Comisión, que consisten en vigilar las acusaciones de amenaza o violación de los derechos humanos, se espera que el Gobierno de Zema y otros órganos competentes adopten medidas para evitar esa falta de respeto de los derechos fundamentales de estas familias.


1- Editado por Fernanda Alcántara. Desde el sitio web del MST.



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