Luchas y memoria en el arte latinoamericano
Seminario 2406
Cátedra: CLACSO
Coordinación: Ana Rüsche (Flacso Brasil)
Inicio: 21/03/2024 | Inscripción: 27/10/2023 al 20/03/2024
Carga horaria: 12 semanas – 90 horas.
Manifestações artísticas na América Latina são reconhecidas por dialogarem com movimentos de resistência e amplificarem demandas de movimentos sociais. Em contraste com outras tradições artísticas internacionais, a produção latinoamericana é caracterizada por seu pendor às lutas populares e ao repúdio de forças autoritárias, mesmo que entre o meio artístico haja as mais diferentes posições ideológicas individuais.
O seminário pretende abordar a produção artística em diferentes países e tradições no período de 1970 aos dias de hoje. As obras escolhidas, com destaque à literatura, para análise marcaram as respectivas épocas, não somente galardoadas com prêmios, mas sendo marcadas, antes de tudo, por uma perspectiva de arte popular. A arte, expressa muitas vezes por meio de produtos culturais, situa-se em um campo de tensões hegemônicas constantes — por um lado, dependente de modelos de distribuição capitalista para remuneração e sobrevivência de artistas, com cadeias produtivas técnicas complexas — a exemplo das produções audiovisuais, fonográficas e editorias; por outro, questionando e discutindo, mesmo que seja imaginariamente, essa mesma distribuição. Mais complexas essas tensões apresentam-se em momentos de censura ou de acirramentos causados pela ascensão da extrema direita em pontos do continente. Assim, ao discutir arte e resistência, essas tensões se mostram um terreno relevante de análise.
As obras escolhidas passam por diferentes regiões e épocas, com ênfase na resistência contemporânea. O programa inicia-se com a experiência de exílio e resistência contra a ditadura, com o icônico álbum do brasileiro Caetano Veloso de 1969 e com as intervenções do coletivo chileno CADA — Colectivo de Acciones de Arte, formado originalmente por Fernando Balcells, Juan Castillo, Diamela Eltit, Lotty Rosenfeld e Raúl Zurita em 1979.
Depois discutem-se obras que apresentam a questão da memória ligada a grupos que sofrem apagamentos constantes, a exemplo de grupos LGBTQIA+ e pessoas negras, discussões trazidas nos textos Hablo por mi diferencia, manifesto do chileno Pedro Lemebel (1986), poemas do uruguaio Alfredo Fressia e do argentino Néstor Perlongher, publicados nos anos de 1990 e trechos da narrativa histórica Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, da escritora de Guadalupe Maryse Condé (1986, com título original Moi, Tituba, sorcière… noire de Salem).
No século XXI, o programa percorre o tema da memória e resistência tendo como base a ideia de pertencimento e a sobrevivência diante de um cenário econômico de recessão e desemprego, sobrecarregando mulheres. Para essa discussão foram escolhidas o conto Olhos D'água, da brasileira Conceição Evaristo (2015), e o filme Rio das Lágrimas secas, da diretora brasileira Saskia Sá (2018). Avançando nas questões de gênero, foram escolhidas as obras Soñarán en el Jardín, da mexicana Gabriela Damián Miravete (2015), que discute a questão do feminicídio e a obra da artista plástica mexicana Elina Chauvet, Zapatos Rojos, projeto de arte pública que se inicia em 2009 .
O programa encerra-se com a discussão ecológica pautada por várias vozes artísticas do continente. Dentro da fotografia, serão discutidas abordagens para retratar o olhar do Antropoceno. Nos ensaios e debates, escolheu-se a entrevista Conversatório sobre o Bem Viver, do educador boliviano Mario Rodríguez Ibáñez (2016), Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak (2020) e a narrativa Semilla, da mexicana Illiana Vargas (2019).
Haverá sete aulas teóricas, com a exposição e debate sobre obras de arte, e três aulas práticas, nas quais haverá exercícios de criação e elaboração de rascunhos de ensaios sobre os temas discutidos. Para quem cursar o seminário, além das leituras e discussões, será proposto o exercício de elaborar um "Diário de campo", um caderno de anotações e reflexões, para que observem seu entorno e suas descobertas criativas. A entrega final do trabalho poderá ser realizada nos moldes de um artigo científico ou um ensaio, mas também nos moldes de uma narrativa ficcional em prosa sobre algum dos temas abordados no curso, acompanhada de um texto dissertativo com respectiva justificativa teórica.
Popularizar a arte e transformá-la em uma forma de resistência envolve também ampliar as posições de quem analisa a arte. Ao fazer crítico são chamadas as tarefas de realizar produção artística e de vivenciar o cotidiano, tendo em vista as próprias memórias e experiências. Dessa forma, o seminário propõe a estudantes saírem da posição de analistas para também integrarem o ponto de vista artístico, realizando anotações em seus "diários de campo", ferramenta de elaboração criativa e analítica. As obras escolhidas no programa partem de discussões candentes no agora e abre-se a possibilidade para a turma se arriscar a contar suas próprias narrativas, seja na forma do ensaio, seja na forma de produções artísticas.
OBJETIVO GENERAL
O seminário visa convidar a turma à reflexão a respeito das produções artísticas nos últimos 50 anos, com base tanto na análise de estética quanto de conteúdo, oferecendo a possibilidade de questionar manifestações e executar criações a partir da análise de obras marcantes de diferentes autorias e países.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Objetiva-se que estudantes:
- Possam conhecer obras de diferentes tradições artísticas em diferentes períodos no continente, tendo contato com demandas históricas diversas.
- Consigam entrar em contato com a própria memória e o próprio cotidiano de forma criativa, por meio do uso da ferramenta "diário de campo".
- Tenham a oportunidade de trocar opiniões e reflexões durante as aulas síncronas e exercícios nos fóruns.
- Caso queiram, será permitido experienciar o fazer artístico.
- Arte, mercado e resistência
- Ditadura e exílio
- Unicórnios, éguas e a irrupção dissidente
- Tituba, romance histórico
- A arte da sobrevivência
- Feminicídio, denúncia e reparação
- Prática de ensaio: memória e cotidiano
- Retratos do antropoceno
- Prática de escrita: resistência, ecologia e imaginação
- Prática de escrita: memória e cotidiano
- ADORNO, Theodor W. Seleção de Jorge Mattos Brito de Almeida. Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
- CARRERES, Analía Ferreyra. Cartografías líquidas. Violencia contra las mujeres en cinco cuentos latinoamericanos contemporáneos. Tesis para obtener el título de Maestra en Literatura, Cultura y Medios, Lunds Universitet, 2020.
- CONDÉ, Maryse. Tituba: Bruxa negra de Salem (trad. Natalia Polesso). Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019. (trechos escolhidos)
- EVARISTO, Conceição. "Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita." Representações performáticas brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007.
- EVARISTO, Conceição. "Olhos D'Água". In Olhos D'Água. São Paulo: Pallas, 2013.
- FRÁGUAS, Márcia (2019). The empty boat: A experiência da prisão e do exílio em Caetano Veloso (1969). Opiniães, (15), 34-53.
- FRESSIA, Alfredo. Canto desalojado (trad. Fabio Aristimunho Vargas). Campinas: Lumme, 2010.
- IBÁÑEZ, Mario Rodríguez. Conversatório sobre o Bem Viver, Desafios do fazer político em nosso tempo. Ponto de debate, Fundação Rosa Luxemburgo, número 4, janeiro de 2016.
- Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia das Letras, 2019.
- KRIEGER, Peter. "Fotografía de arquitectura y paisaje del Antropoceno tardío: el espíritu humboldtiano en la obra de Fernando Cordero". Bitácora Arquitectura 41, 2019.
- LARROSA, Jorge. El Ensayo y la Escritura Académica. Revista Propuesta Educativa, Año 12, Nº 26, Buenos Aires, FLACSO, julio 2003. Disponível em https://hum.unne.edu.ar/asuntos/concurso/archivos_pdf/larrosa.pdf (em português: O ensaio e a escrita acadêmica. Educação e realidade, v. 28, n. 2, jul/dez, 2003).
- LE GUIN, Ursula. A ficção como uma cesta. Trad. Priscilla Mello. Revisão: Ellen Araujo e Marcio Goldman.
- LEMEBEL, Pedro. "Hablo por mi diferencia". In SUTHERLAND, Juan Pablo (org.). A corazón abierto: geografía literaria de la homosexualidad en Chile. Santiago de Chile: Sudamericana, 2002
- MAUAD, Ana Maria, LOPES, Marcos de Brum. “O olho do Antropoceno — Fotografia diante do tempo”. In TORRES, Sonia, PENTEADO, Marina. Literatura e arte no Antropoceno — Conceitos e representações. Rio de Janeiro: Edições Makunaima, 2021.
- MEIRELES, Cildo. Inserções em circuitos ideológicos (depoimento). Revista Poro, 23/11/2011.
- MENTEGUIAGA, Clarisa. Antropoceno: Repeticiones Irreversibles. Dissertação de mestrado. Pontificia Universidad Catolica de Chile (Chile), 2018.
- MIRAVETE, Gabriela Damián. "Soñarán en el Jardín". In Latin American Literature Today, v. 1, n. 6, mayo 2018 (em português: MIRAVETE, Gabriela Damián. "Sonharão no Jardim", trad. Ana Rüsche, Mafagafo - Aves Migratórias, abril, 2021)
- NELLY, Richard. Márgenes e Institución. In Arte en Chile desde 1973: escena de avanzada y sociedad. Santiago: FLACSO, 1987, p. 1-13.
- OESTERHELD, Héctor Germán e LÓPEZ, Francisco Solano. El Eternauta — edición especial literatura complementaria. Buenos Aires: Doedytores, 2012.
- PAULA, Irene de. "Maryse Condé e Tituba Indien: feiticeiras do imaginário." Itinerários, Revista de Literatura (2016).
- PERLONGHER, Néstor. "Como reina que acaba" ("Como rainha que acaba", trad. Josely Vianna Baptista). In Néstor Perlongher. Poesia de Ibero América, site Antonio Miranda
- SÁ, Saskia. Rio das Lágrimas secas. 25 minutos, 2018.
- VARGAS, Illiana, Mujeres que imaginan. Revista Jerónimo. CDMX, 24/01/2019
- VARGAS, Illiana. Semilla. In Exchanges, Journal of Literary Translations, The University of Iowa, College of Liberal Arts & Sciences, Issue Interations, Fall 2019.
- VELOSO, Caetano. Caetano Veloso. Phonogram/Polygram, 1969.
- WEINHARDT, Marilene. Considerações sobre o romance histórico. Revista Letras. 1995.
- WIECZOREK, Gabriela Traple. "Nos queremos vivas: arte contemporânea sobre feminicídio no Brasil e no México." Dissertação em artes visuais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2021.
|
|
Descuento en un pago hasta el 14/03 |
En un pago después del 14/03 |
|
CM Plenos |
USD 75 |
USD 150 |
|
CM Asociados |
USD 95 |
USD 190 |
|
Sin vínculo |
USD 95 |
USD 190 |
* Residentes de Argentina abonarán el equivalente en pesos argentinos según la cotización oficial del Banco de la Nación Argentina (BNA) del día del pago
Preguntas frecuentes
Los requisitos básicos para cursar un seminario son:
- Disposición de al menos 4 horas a la semana para dedicar al cursado del seminario.
- Acceso a internet.
- Razonable manejo de las herramientas de comunicación e informática.
- Manejo del idioma en el que será dictado el curso. Los idiomas oficiales son español y portugués.
Los seminarios tienen una extensión de 12 semanas, más la elaboración de un trabajo final. Se acreditarán 90 horas de dedicación total.
Un curso consta de doce clases, cada una de ellas acompañada por bibliografía de lectura obligatoria, bibliografía complementaria, foros de debate y actividades de formación propuestas por el equipo docente, entregas parciales y un trabajo final.
La cursada es virtual y asincrónica. Algunos/as docentes pueden proponer actividades sincrónicas. En esos casos, el horario y la fecha serán acordados previamente entre el equipo docente y los/as estudiantes, a fin de garantizar la participación de todos/as.
Para la aprobación del seminario se requiere participar en al menos el 80% de los foros de debate y las actividades propuestas por los/as docentes, haber cumplido con las entregas parciales pautadas y aprobar el trabajo final.
|
|
Descuento en un pago hasta el 14/03 |
En un pago después del 14/03 |
|
CM Plenos |
USD 75 |
USD 150 |
|
CM Asociados |
USD 95 |
USD 190 |
|
Sin vínculo |
USD 95 |
USD 190 |
* Residentes de Argentina abonarán el equivalente en pesos argentinos según la cotización oficial del Banco de la Nación Argentina (BNA) del día del pago